O primeiro Encontro Estadual de Mulheres do Sinasefe Sergipe aconteceu com a marca do sucesso e da força. O evento trouxe à tona a discussão das lutas femininas, desde a questão racial à participação nos espaços políticos e de poder.
“Todas estas questões compõem a luta de classes, principal bandeira do movimento sindical. Não tem como desvincular a luta de classes da luta contra o racismo, pois foi o negro que foi empurrado para a pobreza, é ao negro que são negadas as oportunidades, são os negros que são escalados para os menores salários”, destacou Laila Oliveira, jornalista, gerente de Igualdade Racial da Secretaria Municipal de Assistência Social de Aracaju e militante do Coletivo de Mulheres Rejane Maria.
“A discussão das minorias, mulheres, negros, LGBT, é fundamental para a luta de classes. É preciso reconhecer os sujeitos e as sujeitas que compõem esta luta. É preciso repensar o fazer do sindicalismo e trazer à discussão o combate a todas as formas de opressão porque isso trará avanços para a luta de classes. Nessa construção, aí sim teremos representatividade da mulher, do negro, do LGBT nos espaços de poder”, acrescentou Laila.
A mesa ‘As mulheres nos espaços de poder foi composta, além de Laila, pela militante feminista, transfeminista e LGBT; presidenta da CasAmor e integrante da Amosertrans, Linda Brasil, pela assistente social e presidenta da Federação dos Servidores Públicos Municipais do Estado de Sergipe (Fetam-SE), Itanamara Guedes e pela vice-presidenta do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN) e professora aposentada da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Sônia Meire.
“É muito importante o debate sobre a participação das mulheres nos espaços públicos organizado por um sindicato de trabalhadores/as da educação em uma conjuntura de tanto ataque às mulheres, à previdência, ao emprego, à autonomia das instituições de educação federal. Ter mulheres comprometidas com a luta feminista, antirracista, antiLGBTfóbica, anticapitalista é fundamental e são estas mulheres que devem ocupar todos os espaços públicos contribuindo para que nenhuma mulher fique para trás”, afirmou Sônia Meire.
O encontro contou com a participação de servidoras dos campi do Instituto Federal de Sergipe (IFS). “Fiz parte do primeiro momento da organização deste evento e, por questões acadêmica e de tempo, tive que deixar a comissão. Fiquei muito feliz com o caminho que se tornou o encontro, foi de muito bom gosto na escolha dos temas, das palestrantes, do local, e da oportunidade que tivemos de debater nossas realidades públicas e privadas enquanto mulher da e na educação profissional”, disse Vania de Jesus, servidora do IFS Campus Aracaju.
“Foi muito gratificante a resposta de nossas servidoras ao chamado. Isso mostra o quanto a mulher tem consciência de seu papel e sua importância na construção de um mundo mais justo e igualitário e do quanto ainda precisamos lutar para garantir a plenitude de nossos direitos. Agora, vamos nos preparar para o Encontro Nacional de Mulheres do Sinasefe. As mulheres seguem firmes e atentas à luta”, disse Débora Lima, coordenadora geral do Sinasefe Sergipe.
