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07/06/2017

Ato público por segurança nas imediações do IFS Aracaju reúne estudantes e servidores



Alunos e servidores do IFS - campus Aracaju se somaram nesta terça-feira, 06, e foram às ruas para cobrar ações emergenciais de combate à violência nas imediações do instituto, durante um grande ato público. Após se concentrar em frente ao campus, eles marcharam pelas ruas dos bairros Getúlio Vargas e Cirurgia para chamar a atenção e dialogar com a população sobre o problema enfrentado por eles. O Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe Sergipe) apoiou a manifestação.

Este é o segundo ato realizado pelos estudantes após um homem ter sido baleado, na segunda-feira da semana passada, nas imediações do campus, onde chegou a se abrigar. Após ter sido levado para atendimento médico hospitalar, o homem faleceu. Além do assassinato, diversos assaltos, roubos e arrombamentos de carros vêm acontecendo na região do IFS Aracaju, o que tem instalado um clima de terror na comunidade escolar.

A estudante do IFS Aracaju, Daniella Moura, explicou que o primeiro ato foi mobilizado via internet, no dia seguinte ao homicídio, motivado pela insatisfação dos estudantes. “Nós nos somamos ao DCE, aos professores e realizamos um grande ato. A polícia chegou a dizer que iria se posicionar para resolver o problema, mas até agora não houve nenhuma ação concreta. Por isso organizamos este segundo ato. Não vamos parar por aqui. Enquanto não tivermos resultados, continuaremos lutando”, destacou Daniella.

“Queremos fazer a cobrança aos órgãos públicos, às instituições responsáveis pela garantia da segurança da população, para que tenhamos minimamente condições de conviver num ambiente escolar com o mínimo de segurança. A reitoria também tem responsabilidade, no sentido de cobrar dos órgãos públicos medidas para amenizar o problema”, destacou o professor Correia, um dos coordenadores gerais do Sinasefe.

Violência além dos muros do IFS

O professor Correia destacou que a situação gerou grande insatisfação e instalou um clima de insegurança seja para estudantes e servidores do IFS Aracaju, mas também de outras escolas que estão no entorno, como o 15 de Outubro e Costa e Silva, que vivem a mesma situação. “O medo vem fazendo com que muitos alunos deixem de vir para a escola”, lamentou o professor e dirigente sindical.

“A violência não é apenas no IFS, mas em toda a região. Se nós formos mapear, esta é uma das regiões que mais sofre com a violência”, destacou Gabriel Acciolle, estudante do curso integrado de eletrotécnica do campus Aracaju, acrescentando que o posto policial que atende a localidade fica muito distante, no Parque da Cidade.

A fim de mostrar a insatisfação dos estudantes e servidores, o DCE do IFS está coletando assinaturas para entregar à SSP solicitando ações que melhorem a segurança do local. A ideia é expandir as assinaturas para os outros colégios e para a comunidade que vive nos arredores do IFS.

É preciso atingir a raiz do problema

Para o professor Correia, cobrar policiamento na região é muito importante porque sana o problema emergencial, mas é preciso debater segurança de forma mais ampla e envolvendo todos os segmentos da sociedade. “A violência é um fenômeno motivado por vários fatores, a exemplo da miséria, do desemprego, da nossa formação social autoritária, da discriminação, e da vulnerabilidade social. Se não nos debruçarmos sobre esses fatores para buscar combater as causas da violência, estaremos simplesmente tratando suas consequências e não a essência do problema, que é a prevenção e o combate às desigualdades sociais”, finalizou.





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